Ainda sobre o seqüestro da subjetividade...

Ainda sobre o seqüestro da subjetividade...

Muito me chama a atenção, após a leitura da obra do Iluminado Fábio de Melo, quão grande é a gama de situações em que nossa subjetividade é roubada.

Roubada mesmo, porque há, neste ponto, a exemplo do que preceitua nosso Código Penal, a subtração de algo pertencente a outrem (a subjetividade), mediante violência ou grave ameaça.

Como bem salienta o Magnífico Sacerdote, existem violências veladas e violências declaradas...

À parte das opiniões de todos, ao meu sentir, a principal e mais perigosa das violências e aonde o seqüestro se dá de forma mais voraz, é na agressão velada, aonde os partícipes desse perigoso “jogo” se permitem compartilhar desta forma de abuso.

...Mister, neste ponto, salientar o motivo determinante da escolha do tema para este post...

Na noite pretérita, pude vivenciar algumas situações aonde percebi o quão “seqüestrado” sou...
Entendam que o termo seqüestrado, no sentido empregado pelo Padre Fábio de Melo em seu livro “QUEM ME ROUBOU DE MIM ? O seqüestro da subjetividade e o desafio de ser pessoa”. Ah sim... e para quem não leu, fica a dica literária.

Temos o seqüestro da subjetividade quando alguém (e neste ponto, passo a me incluir), no exercício de imaginar, projeto o outro como personagem, e como ele estabelece uma relação baseada na falsidade que despersonaliza e aprisiona. Jura a mais variada gama de promessas que acabam por se desdobrarem nas mais cruéis formas de prisão.

A amizade aprisiona, sabe ??

E foi a este tipo de prisão, que me referi no quarto parágrafo deste miserável texto...

...

Na órbita do tormentoso tema, me pego figurando em papéis que não gostaria de figurar...
Ora seqüestrado, ora seqüestrador...

Explico...

Existem momentos e pessoas que exercem sobre minha subjetividade, poder, força capaz de anular todas as referências, todas as estruturas diretas pertencentes a meu âmago. Trata-se de domínio, força que atua em tudo que tenho de mais profundo e irrenunciável... mexe com meus estatutos íntimos, no lugar aonde o “eu” sobrevive...

E engraçado, sinto-me mal quando destratam e não valorizam aqueles que me seqüestram da forma supramencionada.

...

Em contraponto quando figuro como seqüestrado, tenho a certeza de que em vários momentos, exerço o vil papel de seqüestrador. Todavia, por não fazê-lo com ânimus, vontade livre, consciente e direcionada para a prática do infame ato, não saberei dizer a vocês quando e como atuo seqüestrando a subjetividade de pessoas.


O que sei sim, é que quando figuro como seqüestrado, deixo de ser e agir como Igor, aparentemente ou subjetivamente falando.

O suporte fático do problema é como passar a atuar como protagonista de minha subjetividade, mesmo sabendo que minha “criptonita” encontra-se bem ao meu lado.

Não...

Mas acredito que os primeiros passos foram dados rumo à quebra dos grilhões que substituem a minha subjetividade.

Abraços a todos;
A semana começa com muita reflexão sobre acontecimentos recentes que mexeram realmente comigo.

Peçamos a Deus a sabedoria e o discernimento necessário para compreendermos tudo àquilo que hoje, não somos capazes de compreender.
E rogamos também, para que o Mestre dos Mestres esteja em todos os momentos conosco.

Abraços a todos,
A paz e bênçãos.