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Brasília, DF, Brazil
Jovem Servidor. Católico Apostólico Romano. Olhos voltados para a Terra Prometida.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

DESERTO

As vezes tememos reconhecer nossos limites e nos colocamos em posição de aceitar toda sorte de situações, sempre na intenção de evitar ou que nossos limites sejam expostos ou mesmo que sejamos rejeitados por aqueles que gostamos.

Eu acredito que isso acontece, muitas das vezes, pelo fato de que hoje em dia nos preocupamos mais com o que os outros pensam de nós do que com aquilo que realmente somos. E é essa a razão maior para os grandes níveis de doenças psicológicas e sociais, pôr o outro em situação de destaque em nossa vida e nos colocarmos em segundo plano.

Se colocar em situação de deserto, solidão, pode verdadeiramente colocar em evidência, muitas das vezes, a raiz dos problemas que vivemos. É que com a ausência de companhias, somos obrigados a conviver com nós mesmos e aí aprendemos que nossas limitações, nossos desejos, nossos defeitos e qualidades são os responsáveis pela moldura que temos. São os responsáveis por dizer aquilo que somos, aquilo que queremos, aquilo que nos faz bem e aquelas coisas que temos de repudiar.

É chegada a hora de reconhecer que fomos feitos para sermos felizes e para darmos certo. Se há em nossa vida situações e pessoas que não nos apontam para a terra prometida, temos a obrigação de afastá-las de nós, porque o que importa realmente, é para onde estamos direcionando nossa felicidade.

É hora de dar um basta às situações que nos prendem aonde estamos. É tempo de eleger a felicidade como meta. Chega de escolher pessoas e as colocar como fundamento das nossas felicidades e depositar nelas expectativas de retribuição na mesma medida. A maioria das pessoas não são parâmetros seguros nos espelharmos e o tempo de enxergamos isso chegou!

Se o trabalho já não te faz feliz, mude-o; se as companhias não te fazer evoluir, procure novas amizades; se o dinheiro é o problema, procure a felicidade em coisas que realmente são capazes de proporcionar felicidade duradoura; se a religião já não mais sustenta a alma, reze mais, Deus se encontra em todos os lugares que estamos, em todas figuras que enxergamos, em todas das vezes que inspiramos e expiramos.

É hora e época da felicidade. É tempo das famílias, dos bons e verdadeiros amigos, dos risos de fazer a barriga doer, das lágrimas de alegria, da ausência de competições que causam péssimos estados na alma, tempo de dar sem esperar receber, tempo de saber perdoar, época de entender que as vezes é necessário extravasar, período de se viver a vida e adiar ou afastar as situações que nos apresentam a morte, ausência de felicidade.

Digo isso porque estes são meus votos para esse ano, que começou meio atribulado, mas hoje retoma o sabor de querer ser o melhor ano da vida. Vontade de ser mais amigo, filho e irmão. Vontade de ser o melhor servidor, sem que para isso tenha de se apagar o brilho daqueles que me cerca. Tempo de servir, como servidor, cristão e homem.

E se não estiver dando certo, o Papa Bento me ensinou que é sempre hora de parar e gritar pela oportunidade de um recomeço.

Se reconhecer limitado é o primeiro passo. Ser super herói não pode ser a meta de um homem que busca a felicidade... ser super contraria o conceito de limitação e a graça da vida está justamente no fato de que nossas limitações nos ligam aos outros indivíduos, fazendo com que nossa vida se torne uma teia formada por um emaranhado de vidas diferentes que juntas, se tornam cada vez mais prazerosas de serem vividas.

Eu sugiro que cada um faça um dia a experiência do deserto. De se colocar sozinho consigo, como estou fazendo agora em Recife. De duas uma, ou me entendo comigo de uma vez por todas e descubro que eu devo ser minha meta de felicidade ou me entrego vez por todas a fazer com os outros sejam felizes em detrimento de mim.

Se escute. Se entenda. Aprenda a reconhecer seus limites. Aprenda que seus defeitos e suas qualidades foram quem você é. Priorize-se. Se reconheça como capaz. Enxergue em você vitória e embace o espelho da derrota e da feiura. Aprenda a dar valor a quem realmente tem valor e passe a temer quem retira de você sua dignidade, seu brilho, sua felicidade. Pare de depositar nos demais a responsabilidade por sua felicidade e quando perceber que sua amizade não é útil e necessária, corte pela raiz o apego que paralisa, mumifica e é causa de desgraça.

Com toda certeza a experiência do deserto vai lhe mostrar que nascemos para dar certo e que as felicidades passageiras não nos servem mais... porque nascemos para sermos felizes em tempo integral e ao lado de pessoas que espelham essa felicidade quando estamos com elas.

Nascemos para dar certo. Sermos felizes. Isso nos basta.

Cidade do Recife, 22 de fevereiro de 2013. 19:15.