Considerai a dinâmica das PIPAS

“Quem me dera pudesse compreender os segredos e mistérios dessa vida, esse arranjo de chegadas e partidas, essa trama de pessoas que se encontram e se entrelaçam e misturadas ganham outra direção.

Quem me dera pudesse responder, quem sou eu nessa mistura tão bonita, tantos outros sou na vida um Zé da Silva, sofro as dores de outros nomes, rio os risos de outras graças, trago em mim as falas dessa multidão...

Quem me dera pudesse compreender”

(Sou um Zé da silva e outros tantos)

Desde ontem à noite venho refletindo sobre as pipas. Sim! Sobre pipas!

E de pipas meu irmão entende, sabia? É um artífice na confecção desse lindo instrumento evangelizador.

Considero que as pipas são instrumentos fortes de evangelização, na medida em que elas nos proporcionam uma belíssima reflexão sobre a vida.

Nós somos daqueles que oram rogando à Deus para que Ele retire de nós todos os obstáculos do nosso caminho, tudo aquilo que nos parece, a primeira vista, atravanque para a continuação de nossa caminhada... e sobre isso, as pipas muito nos ensinam muito!

As pipas são confeccionadas com leves gravetos, linha e papeis coloridos. Esses papéis são tão finos, que com qualquer manejo mais agressivo eles se rompem.

As pipas são frágeis, simples, pequenas e corajosas. Qualquer toque mais forte e elas se desfazem... e está nessa característica, nessa simplicidade e fragilidade a força que elas retiram para evangelizar.

Sob o amparo de uma leve linha, as pipas são alçadas aos céus de maneira extremamente contrária com a lógica de nossa vida.

Elas se utilizam de um dos seus maiores inimigos (os ventos fortes) para reinarem lindas e deslumbrantes nos céus de nossas cidades.

Os ventos que possuem a força arrancar postes, fazer desmoronar casas e encostas, tocar as ondas dos oceanos são utilizados como instrumento necessário para o alçar vôo de nossas pipinhas frágeis!

E assim deveríamos ser...

Nós não temos a capacidade de olhar para nossos problemas e enxergar ali uma ferramenta importante e ordinária para nosso crescimento. Eu não estou dizendo que eu tenha essa capacidade... não tenho! Mas como você, já passou da hora de aprender a crescer com esses atravanques.

Mais uma vez eu me deparo com uma grandiosa pedra em meu caminho. A visita de um mal tornou a visitar-nos materializando-se na figura de uma amiga muito querida e iluminada. Rogo à Deus para que tenhamos a capacidade de olhar para esse mal e enxergar nele apenas degraus para a terra prometida e a felicidade perene, inexaurível que nos foi prometida.

As pipas se sustentam porque conseguem enxergar naquele que causa medo, a substância essencial, o ingrediente último para alcançar seu altíssimo!

Faça você também a experiência de silenciar seu coração diante das tormentas que insistem em lhe incomodar e enxergue ali uma raríssima oportunidade de crescimento. Viva todos os seus instantes sob o amparo seguro da presença do Altíssimo.

Com minhas preces!

Igor Cardoso.

“Misturei meu sangue em outro, quando a dor fez alvoroço, veio a calma da cantiga

Fiz plantio de outros versos, desbravei outro universo, aprendi a ser trovador

Em cada porto e despedida desta vida, esqueci meu coração batendo lá, aos poucos transformei-me em tantos outros, sou de cada povo um pouco e hoje a terra inteira é o meu lugar”