Paizinho
Quantas vezes minha oração foi como uma página em branco
Não por falta do que agradecer, do que pedir, do que conversar.
Afinal, quando foi que não tivemos sobre o que conversar não é?!
Mas pelo cansaço que sobrecarregava meu corpo
Ainda assim, não deixei de apresentar- me diante de TI
De estar ali quietinho, sem nada a dizer
Não havia palavras
Só a reverência, a urgência, o sentimento e a fé.
Fé
Umas vezes vacilantes, em outros momentos apenas exaurido pela vida.
Todavia, sempre constante.
Sempre inteiro em Ti
Trocávamos olhares, partilhávamos da presença um do outro
Nada de som, nada de movimento, nada de nada
Por não haver necessidade de mais nada
Conhecias meus lamentos, sabias de meus prantos
Sustentavas-me os sorrisos e respaldavas-me as ações
Não era para falar que me achegava
Tinha intenção de te curtir, como se quisesse dizer: Olá Paizinho! Olha eu aqui!
Vim te ver,
Vim te ter
Vim para oferecer-te um pouco de mim
Mesmo que esse pouco esteja extenuado
Ficávamos horas e horas
Eu sentia teus olhos sobre mim
Vislumbrava um sorriso floreando de leve teus lábios
Ouvia teu coração sintonizar-se ao meu
Assim eu te entregava o devido:
Minha vida em louvor
E me devolvias a paz
O descanso
O refrigério
Assim seguíamos
E ainda seguimos
Aliançados
Familiarizados
E um tanto bem mais achegados.
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