A inadequação do sofrimento, a inadequação da impossibilidade de dormir como dormia outrora, a inadequação do avesso que vivo nestes dias, me puseram frente a frente com o criador.
Já tive a oportunidade de dizer aos meus, que eu cheguei a conceber a idéia de que 800Km seriam robustos o suficiente para me afastar do sofrimento de ver partir aquele que sempre norteou o meu ideal de ser humano.
A simplicidade, a capacidade de reconciliar os contrários, o sorriso maroto e surrado pela vida, a experiência materializada em corpo humano... assim é Ele... meu Pai !!!
Mas enfim, este não é o tema dessas minhas palavras, transcendem o humanismo da partida do meu Pai... Preciso lhes contar a experiência que vivi...
Eu vi o Criador.
O Criador se revelou a minha pessoa na humilde e graciosa presença de um beija-flor. Percebi na imagem do beija-flor, que o Criador optou em conceder àquela pequena criatura Seus traços mais Divinos.
Compreendi na instantânea e alucinante visita daquela pequenina criatura, que o Criador a imbuiu de fantásticas características. Ela possui traços de Deus.
O Criador se fez presente em traços singelos na criatura.
Percebi que o beija-flor é dotado de uma característica que faz-me fascinar por ela... Eles possuem o dom de estar presente na vida das pessoas e marcar esse momento fascinante e instantâneo e quase no mesmo momento, conceder a graça, beleza e elegância de sua presença a outras pessoas.
Acho que não fui muito claro.
É que os beija-flores possuem a doce característica de estar presente minha vida... e de repente, apresentar-se a outra pessoa quase que num passe de mágica...
Aprendi com os beija-flores que o tempo em que passamos ao lado dos nossos não é o que verdadeiramente importa... eis que aqueles animais passam centésimos de segundos conosco e possuem a capacidade de alegrar... marcar nosso dia e render-nos com muita graça, beleza e alegria.
Hoje, percebo na carne a necessidade e a imposição de adentrar na vida das pessoas que perpassam meu caminho, perpassam minha vida e imprimir nas folhas do livro de minha estada palavras, imagens, rastros de céu e de Deus Criador.
Não é a quantidade de dias, meses e anos que serão determinantes para que eu registre a minha história na tua... e sim, é a qualidade de minhas palavras, de meus gestos, de nossas histórias, de nossos momentos...
Assim como o beija-flor, queria eu deter a capacidade e humildade que eles possuem...
Passar por micro-instantes e conseguir imprimir a felicidade, a graça e a leveza do Criador no momento em que eu entrar em tua vida e no mesmo instante, poder visitar outros “quintais” e imprimir minha marca.
Pois bem, esse dom eu não detenho, na verdade, desconheço se eu sou possuidor de algum Dom do Divino, qualquer que seja... mas lhes garanto, que o beijo que o beija-flor me concedeu em uma conversa na praça de minha infância foi determinante para este novo estado de minha vida... nova vida que se re-inicia... Vida que se renova.
Quisera eu conseguir perceber o Criador em tudo que meus olhos conseguem percorrer... mas louvo à Deus porque naquele beija-flor, consegui perceber a dinâmica do Divino... o Criador que adentra, sorri, nos abraça, rende-nos de bênçãos e se retira humildemente, uma vez que segundo sua doutrina libertadora, Sua parte Ele cumpriu, convêm a nós correr atrás de reproduzir as belezas do Altíssimo e do Alto na vida de todos os nossos.